PRIAPISMO
Priapismo trata-se da ereção involuntária dolorosa e persistente do pênis,
associado ou não ao estímulo sexual. Esta complicação urológica aguda
foi descrita pela primeira vez no ano de 1934, em pacientes com doença
falciforme.
Estudos têm demonstrado que aproximadamente 30% a 45% dos pacientes
com doença falciforme relatam pelo menos um episódio de priapismo. O
primeiro pode ocorrer na primeira década de vida, embora seja mais
frequente após os 12 anos de idade, e dos pacientes que apresentam essa
complicação, cerca de 90% são portadores da anemia falciforme.
Os episódios dessa afecção ocorrem mais comumente no período noturno,
apresentando duração bastante variável (de minutos a horas), podendo
ocorrer por vários dias, semanas ou meses. Existem alguns fatores que
podem induzir a esses episódios, como o ato sexual, masturbação e a ingestão de bebidas alcoólicas, todavia, o fator precipitante mais frequente é a ereção noturna espontânea.
Existem dois tipos principais de priapismo, são eles:
- Isquêmico (baixo fluxo ou veno-oclusivo): é o mais
frequente, apresenta múltiplas causas, e está associado à diminuição do
retorno venoso, havendo estase vascular, resultando em isquemia
tecidual. A ereção normalmente é dolorosa e a gasometria dos corpos
cavernosos evidencia acidose metabólica, com reduzida concentração de
oxigênio. Quando o sangue dos corpos cavernosos é aspirado, apresenta
coloração vermelho escura.
- Não-isquêmico (alto fluxo ou arterial): é menos comum e é caracterizado pela elevação do fluxo arterial, na presença do retorno venoso normal, com aumento da pressão parcial do oxigênio. É comum haver o relato antecedente de trauma perineal ou peniano. A ereção é indolor, e o sangue dos corpos cavernosos, quando aspirado, apresenta coloração vermelho-clara. A gasometria dos corpos cavernosos é do tipo arterial, sem acidose ou hipoxemia.
O diagnóstico é feito com base no histórico e exame clínico; a gasometria dos corpos cavernosos também é importante. Caso a gasometria seja indicativa de priapismo isquêmico, o hemograma com contagem de plaquetas, para rastreamento para leucemias e plaquetocitose, e testes para a detecção de anemia falciforme podem auxiliar na conduta.
A ultra-sonografia com Doppler do pênis pode mostrar sinais de
fístula artério-cavernosa e um aumento de fluxo nas artérias cavernosas,
quando se trata do priapismo não-isquêmico. No priapismo isquêmico, o
fluxo das artérias cavernosas encontra-se reduzido.
O exame de arteriografia é indicado apenas no momento da realização
da embolização seletiva, nos casos de priapismo não-isquêmico.
A afecção em questão, na maioria das vezes, necessita de um
atendimento médico urgente, sendo que o objetivo do tratamento é
esvaziar os corpos cavernosos intumescidos, aliviar a dor do paciente, e
prevenir a impotência definitiva.
No caso do priapismo isquêmico, o tratamento medicamentoso sempre
deve preceder o tratamento cirúrgico. O primeiro deve iniciar-se com o
esvaziamento por punção, seguido ou não de lavagem dos corpos cavernosos
com soro fisiológico.
Se o priapismo não for solucionado, segue-se o tratamento medicamentoso
intracavernoso. Já o tratamento cirúrgico objetiva estabelecer fístulas
entre os corpos cavernosos e esponjosos.
Quando se tratar de priapismo não-isquêmico, a punção dos corpos
cavernosos apresenta caráter meramente diagnóstico, não sendo indicado o
esvaziamento e a lavagem dos corpos cavernosos. Este tipo não requer
tratamento imediato e pode ter resolução espontânea. O tratamento de
eleição é a embolização da artéria lesada, utilizando-se material não
permanente, como por exemplo, coágulo autólogo ou gel absorvível.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Priapismo
http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?345
http://www.scielo.br/pdf/rbhh/v24n2/a11v24n2.pdf
http://www.projetodiretrizes.org.br/6_volume/35-Priapismo.pdf
http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=4483&ReturnCatID=1746
http://www.manualmerck.net/?id=255&cn=1985
http://www.infoescola.com/doencas/priapismo/
Nenhum comentário:
Postar um comentário