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sexta-feira, 31 de maio de 2013

CUIDADO COM OS MANÍACOS DO COLETIVO; PODE TER UM PERTO DE VOCÊ

CUIDADO COM OS MANÍACOS DO COLETIVO; 
PODE TER UM PERTO DE VOCÊ

          Hoje em dia está na mídia, a todo momento, o fato do abuso sexual nos meios de transporte coletivo e em particular no ônibus. 
           No passado ouvia-se indignado a questão do encostar de leve sob a desculpa do coletivo lotado, contudo, estamos estarrecidos com esta onda abusiva que parece está se multiplicando e tornando mais agressiva.
         Foi veiculado através da televisão, rádios e jornais a ou-sadia de alguns homens que, no ônibus, colocaram os seus membros para fora da calça e estabeleceram contato mais íntimo com suas vítimas.
          Estes doentes estão ficando cada vez mais agressivos e as abusadas precisam perder o medo e a vergonha e, dessa forma, devem denunciar o ato. Mas por que algumas não denunciam? uma pesquisa informou que além do medo e da vergonha algumas abusadas deixam de denunciar por causa do "sentimento de culpa".
            Este sentimento de culpa as vezes está  fundamentado  em duas hipóteses: a primeira diz respeito a questão da sua vestimenta que foi tão sensual que chamou a atenção do agressor e a segunda está no fato da gratificação, isto é, em determinado momento ela sentiu prazer em ser desejada e o contato físico foi agradável pois o agressor era bonito e sensual, mas depois veio a vergonha de si mesma pelo seu sentimento.
            O  caso  é tão grave que estão surgindo maníacos estupra-dores que na sua loucura estão violentando mulheres na presença de outros passageiros apelando inclusive a penetração com uso de armas como meio de opressão.
           A  psicanálise  enquadra  este  tipo de  agressor que sente grande prazer sexual em friccionar seu pênis em uma mulher vestida. mas também reconhece que algumas pessoas  sentem o mesmo prazer quando são friccionadas. Os homens, em particular, quando são friccionados por mulheres sentem prazer e não se abstém de suas posições para evitar o abuso.
        Enfim, a ofendida deve tomar uma postura para que o agressor não torne-se mais ousado partindo para métodos mais íntimos. a exemplo disso, sabe-se do relato de uma mulher que dormiu na condução e quando acordou percebeu que um homem estava tentando introduzir seu pênis em sua boca forçando uma relação oral... absurdo... CUIDADO COM OS MANÍACOS DO COLETIVO; PODE TER UM PERTO DE VOCÊ.

Reginaldo s. de Lyra
         

             

terça-feira, 28 de maio de 2013

ALÉM DO "FALO"

ALÉM DO FALO 

Uma mulher e o gozo feminino

Raquel Coelho Briggs de Albuquerque

RESUMO:

          O feminino é algo que fascina desde sempre poetas e artis-tas, devido ao enigma que porta. 
         Freud descobre que no inconsciente a diferença anatômica dos sexos é significantizada e reduzida à problemática do ter fálico, ao passo que as pulsões parciais ignoram a diferença se- xual. O presente trabalho, objetiva estudar a relação do feminino com o significante e com o gozo- campos fundamentais da psicanálise. Se a partilha sexual coloca a mulher no lugar de obje-to, como é possível que, mesmo fazendo-se desejada, ela esteja no lugar de sujeito desejante? E, como ter acesso ao gozo desse lugar? É enquanto objeto de amor, e não objeto apenas de desejo ou de gozo, que nos parece ser possível à mulher fazer-se objeto, sem, contudo, perder seu estatuto de sujeito desejante.

PALAVRAS-CHAVE: Feminino. Amor. Gozo. Psicanálise.

Psicanalista. Graduada em Psicologia pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Especialista em Dependência Química pela Universidade Federal de São João del Rei. Mestranda em Psicanálise pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: rcbalbuquerque@yahoo.com.brAlém do falo: uma mulher e o gozo feminino 

TERESINHA
Chico Buarque/Maria Bethânia
O primeiro me chegou como quem vem do florista
Trouxe um bicho de pelúcia, trouxe um broche de ametista
Me contou suas viagens e as vantagens que ele tinha
Me mostrou o seu relógio, me chamava de rainha
Me encontrou tão desarmada que tocou meu coração
Mas não me negava nada, e, assustada, eu disse não
O segundo me chegou como quem chega do bar
Trouxe um litro de aguardente tão amarga de tragar
Indagou o meu passado e cheirou minha comida
Vasculhou minha gaveta me chamava de perdida
Me encontrou tão desarmada que arranhou meu coração
Mas não me entregava nada, e, assustada, eu disse não
O terceiro me chegou como quem chega do nada
Ele não me trouxe nada também nada perguntou
Mal sei como ele se chama mas entendo o que ele quer
Se deitou na minha cama e me chama de mulher
Foi chegando sorrateiro e antes que eu dissesse não
Se instalou feito posseiro, dentro do meu coração


           Introdução

         O feminino é algo que fascina desde sempre grandes poetas e artistas, assim como os apreciadores de suas obras. A mulher, com seus enigmas, é tema corrente de inspiração das mais variadas formas de expressão artística. Desde o mito grego relacionado a Tirésias - em que Zeus e Hera tentam comparar o gozo feminino ao masculino - até a arte contemporânea - de onde podemos extrair, como exemplo, presente em  nosso  cotidiano,  as 
músicas de Chico Buarque – o feminino encanta pelo seu traço de enigma. As músicas escritas por Chico Buarque falam do feminino, e falam na voz de uma mulher - ainda que cantadas por um homem - e encantam tantas outras.
         É nesse contexto de encantamento, fascinação e enigmas, que propomos estudar a relação do feminino com o significante e com o gozo - campos fundamentais da psicanálise. Podem, afinal, as palavras, representar o feminino? 
        Se Freud descobre que no inconsciente a diferença ana-tômica dos sexos é significantizada e reduzida à problemática do ter fálico, ao passo que as pulsões parciais ignoram a diferença sexual (Soler, 1998), temos, então, inicialmente, duas questões a serem abordadas. A primeira, da representação sexual - da significação fálica - se coloca no campo dos significantes, trazendo conseqüências na relação que cada sujeito – homem ou mulher – tem com o desejo. A partilha sexual coloca o homem numa posição ativa em relação ao desejo, isto é, na posição de desejante, aquele que tem – ou melhor, que faz semblante de ter –
o falo. Já a mulher, é colocada numa “posição passiva” em relação ao desejo, isto é, na posição de desejada, aquela que é – ou melhor, que faz semblante de ser – o falo. Entretanto, vale destacar que, como veremos ao longo do trabalho, esta “posição passiva”, pode ser descrita como tendo uma finalidade passiva, o que não exclui a atividade, própria a toda pulsão. Mas, enfim, como isso se dá? Como é possível, à mulher, ser desejada sem deixar de ser desejante? Esta é uma primeira questão que propomos.
      O segundo ponto que se coloca diz respeito ao campo pulsional e traz implicações na relação do sujeito com o gozo. Se o homem tem acesso ao gozo do órgão, gozo fálico, uma vez que porta um significante-mestre que delimita esse  gozo,  uma  mulher 
precisa se colocar, na relação sexual, no lugar de seu objeto. Como, então, ter acesso ao gozo, estando neste lugar de objeto? Freud aponta e Lacan especifica:  através  do  parceiro  masculino 
– ainda que na fantasia. 
          Pensamos que será apenas enquanto objeto de amor – este que vem em suplência à inexistência da relação sexual natural (Lacan, 1973-74/inédito) - e não apenas enquanto objeto de gozo ou objeto de desejo que este gozo Outro (gozo do Outro sexo) se faz: tornando possível à mulher fazer-se objeto, sem, contudo, perder seu estatuto de sujeito desejante.

           Complexo de Édipo (Na Menina)

         O Complexo de Édipo (C.E.) na menina se inicia justamen-te quando se dissolve o do menino. Se no menino o Complexo de Castração é o responsável pela dissolução do Édipo, na menina, é por este encontro com a castração que ocorre a entrada no Édipo. 
O C.E., na menina, “não é destruído, mas criado, pela influência da castração; foge às influências fortemente hostis que, no homem, tiveram efeito destrutivo sobre ele e, na verdade, com muita freqüência, de modo algum é superado pela mulher.” (Freud, 1931/2006, p.238) A troca de objeto de amor (mãe -> pai) ocorreria a partir da descoberta da castração. O pai passaria a ser superior à mãe, e “a mãe seria odiada por lhe ter trazido ao mundo como mulher” (Freud, 1931/2006, p.241-242), ou, pensando pelo viés da identificação, por ser agora sua rival (a-a´).
          Sob a impressão do perigo de perder o pênis, o complexo de Édipo é abandonado, reprimido e, na maioria dos casos, inteiramente destruído, e um severo superego instala-se como seu herdeiro. O que acontece à menina é quase o oposto. O complexo de castração prepara para o complexo de Édipo, (...). As meninas permanecem nele por um tempo indeterminado; destroem-no tardiamente e, ainda assim, de modo incompleto. (Freud, 1932/2006, p.129).
          O menino, pelo encontro com a castração, pode identificar-se ao pai enquanto homem, possuidor do falo, e tomar as mulheres como seu objeto de desejo (abdicando da mãe em favor do pai, mas abrindo com isso um leque de possibilidades para seu desejo).
        Já a menina, pelo encontro com a castração, se veria não-homem, de onde poderiam haver, segundo Freud (1931), três posições diferentes a serem tomadas, sendo apenas a terceira uma saída feminina de fato, ou seja, a de fazer-se mulher de um homem. E a mulher só atingiria a normal fase edipiana positiva – ou seja, tomar o pai enquanto objeto de amor e a mãe enquanto identificação imaginária (semelhante/rival) - depois de ter passado 
pelo C.E. negativo – no qual a identificação ocorre em relação ao pai e a mãe é tomada enquanto objeto de amor.
         A primeira das três saídas do Édipo de que Freud (1931) nos fala, estaria relacionada à uma negação da castração e, consequentemente, da sexualidade. Freud fala de uma repulsa geral à sexualidade e de um abandono desta, bem como de boa parte de sua masculinidade em outros campos. Em 1932, Freud se refere à esta saída como uma saída neurótica, de inibição sexual.
          A segunda saída seria a tomada de uma posição masculina pela mulher. Aqui a mulher portaria a fantasia inconsciente de ser um homem, fazendo uma escolha homossexual de objeto. Tal escolha estaria, segundo Freud (1931, p.235), especialmente relacionada à etiologia da histeria. Em 1932 Freud se refere a esta posição como complexo de masculinidade.
      Apenas a terceira saída do C.E. corresponderia à femini-lidade propriamente dita. A atitude feminina normal seria, pois, a de tomar o pai como objeto. Aqui, Freud afirma que a saída para a feminilidade seria a da identificação não à uma mulher, mas à mãe. “ (...) a situação feminina só se estabelece se o desejo do pênis for substituído pelo desejo de um bebê, isto é, se o bebê assume o lugar do pênis, consoante uma primitiva equivalência simbólica” (Freud, 1932/2006, p.128) Mas, se Freud diz que o desejo propriamente feminino é o desejo de filho, “Lacan não cai nessa”, como nos diz Colette Soler (1998, p.201), ele [Freud] faz do filho um possível objeto a para uma mulher. (1972-73/1985 ).
         Segundo Freud, a mulher-mulher se distingue pelo fato de que, contrariamente à saída pela masculinidade, o sujeito não se propõe a conseguir sozinho o substituto fálico; ela o espera de um homem, especialmente sob a forma de um filho. Ela não renuncia ao falo, porém admite passar por ele pela mediação do parceiro, aquele que tem. [...] A fórmula é generalizada por Lacan, sem dizer respeito à anatomia. (Soler, 1998, p. 201).
          Se uma mulher se coloca na posição masculina pela inveja do pênis, evidenciando a falta no Outro e fazendo-se objeto de desejo para ele, é só na posição passiva, daquela que recebe um dom, que ela se põe em uma posição propriamente feminina. Uma 
mulher, entretanto, sabe da castração do Outro e a acolhe, como bem nos demonstra Joan Rivière (1929) com seus casos clínicos, em que uma mulher se coloca diante dos homens enquanto aquela que é castrada, só para fazer com o que Outro sinta-se superior. E, com isso, essa mulher se sente segura de ter o amor dos homens.       É nesse sentido que penso que talvez este dom dado à mulher, o qual Freud nomeia falo, nada mais é que o dom de amor, este amor que Lacan (1960/1998, p.744) diz que corresponde a dar o que não se tem.
          Masculino X Feminino Além do falo: uma mulher e o gozo feminino

        Freud afirma inúmeras vezes ao longo de sua obra que o homem é psicologicamente bissexual. A bissexualidade é inata, afirma ele. E nos diz também que através dos relatos de análise de crianças, é possível observar que a menina, a princípio, se comporta como um homenzinho. As diferenças entre os sexos, nesta fase, seriam completamente eclipsadas pelas suas semelhanças. (Freud, 1932, p.118) Do mesmo modo, Rivière (1929) nos fala da bissexualidade inerente a todos e diz que a existência de diversos homens e mulheres que mostram fortes características do outro sexo e cujo desenvolvimento é principalmente heterossexual, pode ser tomada como representante da inerência da bissexualidade a todos.
           Lacan (1972-73/1985), neste mesmo sentido, afirma que ser homem ou mulher é da ordem de um dizer, e não de um saber. Ele nos diz ainda que pela lógica se é homem ou mulher, mas que é especialmente contra isso que a experiência se levanta.
             Portanto, no humano, não se nasce homem ou mulher. Ser homem ou mulher, no humano, passa pela escolha do sujeito. É por isso que é possível se dizer homem ou mulher - independente da anatomia apresentada pelo corpo - e se colocar em uma posição masculina ou feminina nas relações objetais – não estando obrigatoriamente, o dizer-se homem, atrelado à posição subjetiva masculina, nem tampouco, o dizer-se mulher, atrelado a posição subjetiva feminina.
            A mulher não existe Há uma diferença anatômica entre os sexos que se impõe, trazendo conseqüências na constituição dos sujeitos. Afinal, se o menino é identificado por ter pênis, órgão fálico por excelência, a menina é identificada não na positividade de sua diferença, mas na negatividade do órgão masculino. Ainda que o clitóris seja o correlato orgânico do pênis, e que as meninas geralmente descubram “por si próprias sua atividade fálica característica, a masturbação do clitóris”, (Freud, 1931/2006, p.240) é a vagina que as identificaria propriamente enquanto do sexo feminino. Entretanto, este órgão só é descoberto a posteriori. 
Freud (1905/2006) nos indica essa ignorância a respeito da vagina através da fantasia infantil de que os bebês nascem pelo ânus e, também, através da necessidade da ‘troca libidinal’ que deveria acontecer para que uma menina chegasse a uma posição de fato feminina: do clitóris à vagina. 
    Tais peculiaridades não existem sem efeitos para o desenvolvimento humano, afinal, se não há significante que identifique a mulher positivamente, ela precisará ser inventada, uma a uma. Dito de outra forma, a diferença sexual não se inscreve, não tem representação no inconsciente. E é nesse sentido que Lacan (1972-73/1985) afirma que “A mulher não existe”.



Se colocar-se na posição de homem é sustentar o semblante daquele que porta 
o falo - este que possui representação inconsciente e que possibilita o acesso ao gozo - como, 
então, colocar-se na posição de uma mulher? Como pode uma mulher se inventar? 
Freud nos diz que “a psicanálise não tenta descrever o que é a mulher – seria 
esta uma tarefa difícil de cumprir -, mas se empenha em indagar como é que a mulher se 
forma, como a mulher se desenvolve desde a criança dotada de disposição bissexual.” (Freud, 
1932, p.117) No mesmo sentido Jones (apud Lacan 1960/1998, p.738) exclama “uma mulher 
nasce ou é feita?”
Freud (1931,1932), em seus textos sobre feminilidade, nos fala da diferença de 
constituição subjetiva entre o homem e a mulher, e afirma que o Complexo de Édipo, na 
menina, teria um desenrolar muito mais complexo.
O semblante fálico seria o significante-mestre da relação ao sexo sendo ele 
quem organiza, através do ter ou não ter, a diferença entre homens e mulheres assim como 
suas relações. (Soler, 1998, p.199) E a dessimetria entre homens e mulheres seria situada a 
partir de uma posição entre um ‘ter’ e um ‘ser’ o falo. (Lacan, 1972/2003) Enquanto o homem 
faz o semblante de ‘ter’, a mulher faz o semblante de ‘ser’ o falo.
Se o acesso ao gozo fálico se dá, no menino, pela identificação do órgão 
masculino enquanto fálico e, portanto, da identificação a este ‘ter’ o falo; na menina o acesso 
ao gozo fálico se dar pela inveja do pênis (referente à posição histérica) que permite uma 
identificação masculina à mulher, como veremos; o acesso ao gozo feminino não se dá através 
da representação significante, da representação fálica. Mas este acesso também não acontece 
sem a representação fálica. Voltaremos a este ponto adiante. Por ora, vejamos como se dá o 
acesso, na menina, ao gozo fálico.
A mulher e o gozo fálicoAlém do falo: uma mulher e o gozo feminino
Psicanálise & Barroco em revista v.9, n.1: 76-93, jul.2011 83
Freud (1931) nos fala que a posição histérica, a do complexo de 
masculinidade, encontraria sua primeira expressão na inveja do pênis, tendência masculina e
defesa enérgica contra a feminilidade. Freud (1931) fala da tendência de toda criança à 
atividade. Demonstra tal afirmação com o exemplo de crianças que, tendo se submetido à uma 
consulta médica vão, logo após, brincar eles mesmos de serem os médicos, submetendo os 
irmãos mais novos, isto é, transformando uma experiência passiva em ativa.
A posição a que a histérica se coloca, como nos traz Freud, é uma posição 
masculina, posição de recalcar a castração, que retorna, entretanto, em sua posição de fazer 
desejar, ou seja, de evidenciar a falta no Outro. O gozo que a histérica reivindica é o gozo 
fálico, a libido em seus fins ativos - freudianamente falando. 
E se a histérica reivindica do homem o gozo fálico, é evidenciando a castração 
neste que ela o faz. Fazer desejar - evidenciar a falta no outro e colocar-se enquanto objeto de 
desejo -, é a forma com que se apresenta a histérica na relação. Relação esta que, entretanto, 
não pode chegar a acontecer, pois, se o desejo é satisfeito, ele se acaba.
O gozo da histérica, não seria, portanto, o sexual, mas o gozo de abster-se ali 
onde é chamada enquanto objeto de gozo (ficando portanto apenas enquanto objeto de 
desejo). Soler (1998) afirma que essa divisão é paradigmática da histérica e que se traduz pela 
clivagem entre o objeto da satisfação (objeto-gozo) e o objeto do desejo (objeto-falta). 
Um bom exemplo para pensar esta dissociação própria à histérica é a fantasia 
masculina (o que não significa de homens) da santa e da puta, tão comum na clínica e na 
própria “sabedoria” popular, fantasia na qual há uma mulher para ser objeto de gozo e outra, 
para ser amada, para ser a mãe dos filhos. Ambas, sempre dissociadas.
Uma outra forma útil de pensar nessa posição de objeto de desejo dissociado 
de gozo talvez seja aquela do “amor cortês” - relação medieval trazida à baila por Lacan 
(1959-60/1997) em seu seminário VII, a Ética da Psicanálise e retomada em seu seminário 
XX, Mais, ainda - em que um homem exalta a mulher de seu desejo, mas sem nunca ter 
acesso à ela. O acesso ao gozo, deste modo, fica vetado. O gozo estaria, aí, justamente em 
abster-se.
Soler (1998) nos diz que se uma mulher quer gozar, uma histérica quer ser. Ser 
não o objeto de gozo, mas o objeto de desejo, agalmático, que subtende o desejo. Não é à toa 
que a frigidez seja um sintoma tão marcante na histeria. Sintoma esse que Lacan (1960/1998, 
p.741) vem nos dizer que pode ser mobilizado apenas pela análise, “sempre numa Raquel Coelho Briggs de Albuquerque
Psicanálise & Barroco em revista v.9, n.1: 76-93, jul.2011 84
transferência que não pode ser contida na dialética infantilizante da frustração ou da privação, 
mas que é tal que põe em jogo a castração simbólica” (Lacan, 1960/1998, p.741)
Dessa forma, quando Lacan (1960) nos fala que a neurose, assim como a 
frigidez, só pode ser mobilizada pela colocação em jogo da castração simbólica, me parece 
que o que ele aponta é que esta dissociação entre gozo e desejo só pode ceder ao acolhimento, 
não simplesmente da falta (frustração), mas do vazio estrutural (castração). E este 
acolhimento da castração estará relacionado ao feminino, como veremos a seguir.
Portanto, se a histérica busca uma identificação feminina - como bem nos 
demonstra o caso freudiano de Dora e os comentários feitos por Lacan (1951/1998), no qual 
Dora busca uma identificação com a Sra. K., considerada por ela um exemplo de mulher, a 
mulher do Sr. K.. - é justamente porque, para a histérica, o enigma do que é ser uma mulher se 
impõe sem resposta. E é isto que será construído em análise.
Libido: atividade X passividade
Pensando as implicações da diferença sexual no campo do gozo, temos, 
inicialmente, duas questões importantes. A saber, que a libido é apenas uma, masculina; mas 
que a finalidade com que esta é utilizada tem características femininas ou masculinas.
Em 1931, Freud afirma que há apenas uma libido, a masculina, que, sendo 
ativa, pode ser usada também para fins passivos. E, em 1932, associa a feminilidade ao uso da 
libido (ativa) para tais fins passivos, como exemplificam os trechos a seguir:
A psicanálise nos ensina a lidar com uma libido única, a qual, é 
verdade, possui objetivos (isto é, modalidades de satisfação) tanto 
ativos quanto passivos. Essa antítese e, acima de tudo, a existência de 
tendências libidinais com objetivos passivos, contém em si mesma o 
restante de nosso problema. (Freud, 1931/2006, p.248)
Poder-se-ia considerar característica psicológica da feminilidade dar 
preferência a fins passivos. Isto, naturalmente, não é o mesmo que 
passividade; para chegar a um fim passivo, pode ser necessária uma 
grande quantidade de atividade. (Freud, 1932/2006, p.116).Além do falo: uma mulher e o gozo feminino
Psicanálise & Barroco em revista v.9, n.1: 76-93, jul.2011 85
Quanto ao assunto, Lacan (1960/1998, p.740) sublinha a recomendação de 
Freud para não reduzirmos o suplemento do feminino para o masculino ao complemento do 
passivo para o ativo.
No mesmo sentido que Freud nos aponta em seus textos sobre a feminilidade, 
Joan Rivière (1929), em seu texto intitulado A feminilidade como mascarada, nos traz a idéia 
de que a passividade feminina seria uma máscara para a atividade, que ali estaria apenas 
encoberta.
O leitor pode agora perguntar como eu defino feminilidade e de onde 
eu extraio a linha entre a feminilidade genuína e “a mascarada”. 
Minha sugestão é, entretanto, que não há tal diferença, radical ou 
superficial, elas são a mesma coisa. [...] qual é a natureza essencial da 
feminilidade inteiramente desenvolvida? O que é “das ewig 
Weibliche”? [a eterna feminilidade]. A concepção da feminilidade 
como uma máscara, sob a qual o homem adivinha algum perigo 
oculto, lança alguma luz no enigma. A feminilidade heterossexual 
inteiramente desenvolvida é fundada, como Helene Deutsch e Ernest 
Jones indicaram, no estágio oral de sucção. Nele, a satisfação de 
ordem primária é unicamente de receber (o seio, o leite) o pênis, o 
sêmen, a criança do pai. (Rivière, 1929).
Pensamos que a idéia de mascarada proposta por Rivière exemplifica com 
rigor aquilo que Freud (1931) nos traz sobre a finalidade passiva da libido.
Uma mulher e o gozo outro
Soler (1998) nos diz que o Édipo faz o homem, mas não faz a mulher, que 
precisa ir mais além, colocando-se na posição de ‘ser o falo’. E é nesse sentido que Lacan 
afirma que uma mulher é não-toda no que se refere ao gozo fálico. Uma mulher não tem um 
significante próprio que a defina, mas também não se constitui sem estar referida à ele. (1973-
74/inédito) Embora “Ser o falo’ seja uma fórmula desconhecida do vocabulário freudiano, ela 
já está latente quando Freud insiste sobre o fato de que a mulher compensa sua falta fálica 
com o amor do homem.” (Soler, 1998, p. 200) Mas, como, então, ocorre este 
ultrapassamento?Raquel Coelho Briggs de Albuquerque
Psicanálise & Barroco em revista v.9, n.1: 76-93, jul.2011 86
Soler (1998, p.239) utiliza a fórmula da fantasia para explicitar melhor a 
posição do homem e da mulher na relação sexual. Enquanto o homem se coloca na posição de
fazer semblante de ter o objeto, de ter o falo; a mulher se coloca na posição de fazer 
semblante de ser o objeto, de ser o falo. 
E, se o homem - aquele que ocupa, no matema da fantasia, a posição de sujeito 
desejante - tem acesso ao gozo pelo próprio órgão, e não chega a gozar do corpo da mulher -
aquela que ocupa o lugar do objeto - uma vez que o gozo fálico é o gozo do órgão (Lacan 
1972-72/1985, p.15); uma mulher - por ser não toda fálica, isto é, referenciada ao falo, mas 
através de um ‘não’ - precisa fazer-se mulher de um homem para ter acesso ao gozo Outro.
Soler (1998), para exemplificar a diferença que se impõe à partilha sexual, 
utiliza o fenômeno do estupro. Afinal, uma mulher (anatomicamente definida) só pode, a 
rigor, ser estuprada por um homem, e nunca o contrário. Ao abordar o tema, a autora avança, 
chamando a atenção para a diferença que se coloca entre o ato sexual e o estupro. Para que um 
ato sexual não seja considerado estupro, não é preciso que o desejo da mulher – e menos 
ainda seu gozo - esteja em jogo, mas apenas seu consentimento.
Nos parece, entretanto, que a passividade enquanto fim libidinal, descrita por 
Freud, implica uma atividade e um desejo de gozo - para além da simples passividade.
Poderíamos, nesse sentido, aproximar a pura passividade - essa que exclui o 
desejo - não do feminino, mas da psicose, na qual o sujeito se coloca não como objeto de 
desejo ou de amor, mas como objeto de puro gozo.
Se a posição do sexo difere quanto ao objeto, é por toda a distância 
que separa a forma fetichista da forma erotomaníaca do amor.
Supor que a mulher assume o papel de fetiche é apenas introduzir a 
questão da diferença de sua posição quanto ao desejo e ao objeto.” 
(Lacan, 1960, p. 742-743)
A mulher na posição feminina, como Lacan (1960) aponta em Diretrizes para 
um congresso sobre a feminilidade, ocupa uma posição que vai além da de desejada, sendo 
também a de desejante, a de querer gozar tanto quanto o homem deseja. E, como nos chama a 
atenção Soler (1998), “não se está falando do gozo dele, do homem, nem de um querer fazê-lo 
desejar, mas do querer dela, gozar”. (Soler, 1998, p.243)
S ^ a Além do falo: uma mulher e o gozo feminino
Psicanálise & Barroco em revista v.9, n.1: 76-93, jul.2011 87
A posição feminina assemelha-se, portanto, àquela que Lacan descreve como 
‘objeto causa’, objeto que condensa em um só o objeto do desejo e o objeto da satisfação –
muito diferente da clivagem da referida fantasia masculina da santa e da puta - e que Soler 
descreve como sendo um objeto de dupla função: ao mesmo tempo ele tampona a falta e a 
causa. (Soler, 1998, p.235).
O gozo feminino não é o mesmo da lógica fálica, é um gozo Outro, sem um 
significante-mestre que o localize. O que não quer dizer que este gozo não esteja referido ao 
significante fálico, já que a menina é identificada por ser aquela que não tem (o falo). Dessa 
forma, é só a partir da referência fálica que é possível construir um saber sobre o Outro sexo, 
sobre o feminino. Mas um saber, diz Lacan (1972-73/1985), que é não-todo. Um saber que 
está para além do semas – sentido – do gozo fálico e que possibilita o acesso a um gozo 
Outro, suplementar ao masculino, e que porta a falta de significante no Outro.
Lacan (1973-74/inédito), na lição 4, de 18 de dezembro de 1973, do seminário 
“Les non-dupes errent”, afirma que a relação sexual não existe de forma natural no humano, 
mas que isso não exclui as implicações da diferença sexual. “Quando eu lhes disse que não há 
relação sexual eu não disse que os sexos se confundem” (Lacan, 1973-74/inédito, 4/3) Como 
seria, então, possível a relação entre o homem e uma mulher? Como seria possível que uma 
mulher chegasse a ocupar este lugar de objeto causa, que permite acesso ao gozo e ao desejo?
Logo na primeira lição do referido seminário, o autor afirma que “é cessando 
de se escrever o sentido sexual da coisa que a tornamos possível” (1973-74/inédito, l/5) e na 
lição VIII, de 19 de fevereiro de 1974, afirma que “onde não há relação sexual, inventa-se” 
(8/p.6).
No mesmo sentido, na lição VII, de 12 de fevereiro de 1974, Lacan nos fala
que se não há relação entre o homem e ‘a’ mulher, é porque A mulher não existe, ela não é 
toda e é isso que faz com que o homem se embarace com uma mulher. E afirma também que 
o amor seria aquilo que normalizaria as relações, acrescentando que “Naquilo que é do amor 
os sentimentos são sempre recíprocos.” (7/p.4)
E, se no seminário XX, Mais, ainda, o autor dizia que o amor é isso que 
pretende de dois fazer Um, no seminário seguinte, ele afirma que “O amor é a verdade (...) O 
amor é dois meio-dizeres que não se recobrem (...) é a conexão entre dois saberes enquanto 
que eles são irremediavelmente distintos”. (Lacan, 1973-74/inédito, 6/9)
Parece-nos que aqui Lacan está fundamentando sua elaboração feita no 
seminário XX de que “o que vem em suplência à inexistência da relação sexual é Raquel Coelho Briggs de Albuquerque
Psicanálise & Barroco em revista v.9, n.1: 76-93, jul.2011 88
precisamente o amor” (1972-73/1985, p.62). Essa suplência seria diferente, entretanto, para os 
sexos: “para o homem, o amor não é preciso dizer, porque lhe basta seu gozo.(...) Mas, para 
uma mulher, (...), o gozo da mulher não vai sem dizer, sem o dizer da verdade” (Lacan, 1973-
74/inédito, lição 7, de 12 de novembro de 1974/p.14)
E, se Lacan nos diz que “Uma mulher chama em seus votos, mais além 
daquele que ela abraça, um homem castrado” (Lacan apud Soler, 1998, p.252), talvez seja 
porque identificar a castração (no Outro) é fundamental para que uma mulher se coloque 
enquanto objeto – de amor, como bem nos atesta Rivière em seu texto A feminilidade como 
mascarada. Objeto, por um lado, mas sujeito, por outro, na medida em que tem acesso ao 
desejo e ao gozo. Ou, como nos diz Freud, na medida em que sua passividade não vai sem 
atividade.
Lacan, na lição nove, de 12 de março de 1974, de seu seminário XXI, nos diz 
que o amor, tomado pela via do simbólico, como ele propõe, estaria intimamente ligado ao 
gozo. “Porque nesse negócio às cegas, que se persegue sob o nome de amor, o gozo, aí, não 
falta! A gente o tem na pele.” (Lacan, 1973-74/inédito, lição 9, p.11)
Em outro trecho, na mesma lição referida, Lacan nos diz que “o simbólico 
revelaria, por seu uso na palavra amor, suportar o gozo”. ((Lacan, 1973-74/inédito, lição 
4,p.9) Neste seminário Lacan chega a dizer, na lição de 12 de março de 1974 que “o amor... 
não é feito para ser abordado pelo imaginário” (9/12), após ter apontado, na lição de 8 
dejaneiro de 1974 que “o amor traz à existência o fato de seu próprio sentido, pela 
impossibilidade da reunião sexual com o objeto. É necessário à ele essa raiz do impossível.” 
(5/?)
Vale ressaltar que, se na feminilidade há acesso ao gozo, um gozo que não é 
complementar ao gozo fálico, mas suplementar, não estamos, portanto, falando de uma 
posição de objeto de gozo do Outro- posição esta que pensamos estar referida à psicose, na 
qual o sujeito é apenas “assujeito” (Lacan, 1955-56/1988), ou seja, apenas gozado, feito 
objeto de gozo do Outro – mas estamos falando de acesso ao gozo do Outro (sexo).
É, portanto, na posição de objeto de amor, que talvez uma mulher possa ser 
inventada.
Neste ponto, nos parece importante fazer uma diferença entre fazer-se objeto 
de desejo, semblante ocupado pela histérica; fazer-se objeto de gozo, semblante ocupado pelo 
masoquista e lugar encarnado pelo psicótico; e fazer-se objeto de amor, semblante que aqui Além do falo: uma mulher e o gozo feminino
Psicanálise & Barroco em revista v.9, n.1: 76-93, jul.2011 89
propomos, seja ocupado pela posição feminina e que condensaria, tal qual o objeto ‘causa’, o 
desejo e o gozo.
E é a partir dessas três modalidades de fazer-se objeto para o Outro que evoco
a música “Teresinha”, de Chico Buarque e Maria Bethânia, que transmite, sem propriamente 
dizer, o feminino – música que se encontra estampada no início deste trabalho – e que talvez 
nos possa ser instrumento para pensar essas três formas diversas de fazer-se semblante do 
objeto.
Se, ante o primeiro cavalheiro, este, portador de vantagens e pertences, nossa 
mulher ocupa o lugar de rainha, recebendo presentes e nada lhe sendo negado; então, talvez 
possamos pensar nesta mulher numa posição de objeto agalmático, portador do brilho fálico 
de uma rainha, mas à qual, ante a falta da falta, se nega a entregar-se enquanto mulher.
O primeiro me chegou como quem vem do florista
Trouxe um bicho de pelúcia, trouxe um broche de ametista
Me contou suas viagens e as vantagens que ele tinha
Me mostrou o seu relógio, me chamava de rainha
Me encontrou tão desarmada que tocou meu coração
Mas não me negava nada, e, assustada, eu disse não. 
Se o segundo cavalheiro é este que chega do bar - onde já gozava dos prazeres 
do álcool, trazendo-lhe exatamente esta droga, ele chega invadindo-a - vasculhando sua 
história, seus pertences pessoais - e nada lhe entrega; então, pensamos que, aqui, enquanto 
perdida, nossa mulher faria semblante de objeto de gozo do Outro.
O segundo me chegou como quem chega do bar
Trouxe um litro de aguardente tão amarga de tragar
Indagou o meu passado e cheirou minha comida
Vasculhou minha gaveta me chamava de perdida
Me encontrou tão desarmada que arranhou meu coração
Mas não me entregava nada, e, assustada, eu disse não. 
Se nas duas posições acima, nossa mulher pode ser representada na fantasia 
masculina, ora como rainha, ora como perdida, nesta terceira posição ela é marcada pelo poeta 
com a falta de representação, falta de significação – apenas mulher -, à qual nossa mulher se 
deixa entregar, sabendo apenas que ali ela é a mulher de um homem. Dessa forma, se por um Raquel Coelho Briggs de Albuquerque
Psicanálise & Barroco em revista v.9, n.1: 76-93, jul.2011 90
lado uma mulher aponta para o real da falta de significação, por outro, ela aponta em 
referência ao significante, portando um nome que, tal qual o nome próprio, sem ser 
representável, ancora o sujeito em uma referência.
O terceiro me chegou como quem chega do nada
Ele não me trouxe nada também nada perguntou
Mal sei como ele se chama mas entendo o que ele quer
Se deitou na minha cama e me chama de mulher
Foi chegando sorrateiro e antes que eu dissesse não
Se instalou feito posseiro, dentro do meu coração. 
Conclusão
Se a pulsão, própria ao humano, torna possível colocar-se do lado feminino ou 
masculino das relações, independentemente do corpo que se habita, por outro lado a diferença 
sexual se impõe pela anatomia implicando conseqüências no campo do significante que 
tornam impossível ao humano a relação sexual natural, essa guiada pelos instintos.
É pela invenção do amor, este que acolhe o vazio estrutural da castração e vem 
em lugar de suplência, que a relação entre os sexos torna-se possível, colocando em jogo 
ambos os sujeitos enquanto desejantes e tornando possível ao feminino a invenção de um 
gozo próprio, de um gozo Outro, que não o fálico.
Nem pura, nem puta, como nos diz tão suavemente Chico Buarque -
parodiando uma cantiga de ninar, na canção “Teresinha” -, apenas mulher, impossível de se 
dizer, impossível de ser representada, para além do semas – sentido – do gozo fálico.
Portanto, e a partir do exposto neste trabalho, vimos como um sujeito (embora 
tenhamos enfatizado a mulher) se coloca na posição de objeto para o Outro e as diversas 
formas de fazer-se objeto. Entretanto, vale lembrar que o homem, seja ele do sexo masculino 
ou feminino, se constitui sujeito a partir de uma posição de assujeito, posição de objeto. Para 
tornar-se desejante é preciso – sendo homem ou mulher-, antes, ser desejado. E, só após ser 
desejante, é possível ir além do gozo fálico, colocando-se na posição mascarada de um sujeito 
(desejante) desejado.
O feminino, portanto, embora tão próximo à mulher, não diz respeito apenas à 
‘elas’. Diz respeito, sobretudo, a uma posição frente ao outro da relação social.Além do falo: uma mulher e o gozo feminino
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Referências
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______. (1905). Três ensaios sobre a teoria da sexualidade.
______. (1931). Sexualidade Feminina.
______. (1932). Conferência XXXIII - Feminilidade.
LACAN, J. (1951). “Intervenções sobre a transferência”. In.: Escritos. Rio de Janeiro: Jorge 
Zahar Ed, 1998.
______. (1955-1956). O Seminário. Livro 3: as psicoses. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 
1988.
______. (1859-60). O Seminário, livro 7: a Ética da Psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
1997.
______. (1960). “Diretrizes para um Congresso sobre a feminilidade”. In.: Escritos. Rio de 
Janeiro: Jorge Zahar Ed, 1998.
______. (1962-63). O Seminário, livro 10: a angústia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2005.
______ (1972). “O aturdito”. In: Outros Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.
______. (1972-73). O Seminário, livro 20: mais, ainda. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 1985
______. (1973-74). Seminário XXI: os não-tolos erram. Inédito.
RIVIÈRE, J. (1929). “A sexualidade como mascarada”. International Journal of Psychoanalysis. 
v. 10, 1929. p. 303-313. Disponível em: <http://gymno.sites.uol.com.br/Riviere.htm>. Acesso em:
20 abr. 2010.
SOLER, Colette. Psicanálise e Civilização. Rio de Janeiro: Contra Capa. 1998.Raquel Coelho Briggs de Albuquerque
Psicanálise & Barroco em revista v.9, n.1: 76-93, jul.2011 92
BEYOND THE PHALLUS: a woman and the feminine jouissance
ABSTRACT:
The feminine is something that has always fascinated poets and artists, due to its enigma. 
Freud discovered that in the unconscious, the anatomical difference between the sexes is 
reduced to the problem of having phallus, while partial drives ignore the sexual difference. 
The present work aims to study the relationship between the feminine, the significant and the 
jouissance – fundamental fields of psychoanalysis. If the gender division places the woman in 
an object position, how is it possible that even making herself desired, she could be in the 
position of desiring subject? And how can she access the jouissance of this position? It is like 
an object of love, and not only like an object of desire or of jouissance, which seems to be 
possible for a woman to make herself object, but, without losing her status of desiring subject. 
KEYWORDS: Feminine. Love. Jouissance. Psychoanalysis
AU-DELÁ DU PHALLUS: une femme et la jouissance féminine
RÉSUMÉ :
La femelle est quelque chose qui a toujours fasciné les poètes et les artistes, en 
raison de l'énigme que cette porte. Freud a découvert dans l´inconscient que 
la différence anatomique entre les sexes est signifiant et réduit au problème de 
l'avoir phallique, tandis que les pulsions partielles ignorent la différence sexuelle. Le présent 
travail vise à étudier la relation des femmes avec le signifiant et la jouissance - champs
fondamentaux de la psychanalyse. Si la division entre les sexes met la femme à la 
place de l'objet, comment est-il possible que même en faisant désireux, il est à la place 
du sujet désirant? Et comme peut se produire l'accès à la jouissance de ce lieu? Il est comme 
un objet d'amour, non seulement objet de désir ou de la jouissance, ce qui semble être 
possible pour les femmes de se faire l'objet, mais sans perdre leur statut de sujet désirant.
MOTS-CLÉS: Féminine. Jouissance. Amour. Psychanalyse.
Recebido em 09/12/2010
Aprovado em 26/03/2011Além do falo: uma mulher e o gozo feminino
Psicanálise & Barroco em revista v.9, n.1: 76-93, jul.2011

VÍDEO CRISTIANISMO EM AÇÃO ( EM CONSTRUÇÃO )

VÍDEO CRISTIANISMO EM AÇÃO

ÍNDICE

1- FAMILIA
2- HOMILÉTICA
3- PSICOLOGIA PASTORAL
4- APOLOGÉTICA
5- HERMENÊUTICA
6- EVANGELIZAÇÃO
7- EBD
8- METODOLOGIA DE PESQUISA CIENTÍFICA
9- PREGAÇÕES
10- SILAS MALAFAYA
11- HISTÓRIA DA IGREA
12- INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO
13- INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO
14- PARACLETOLOGIA
15- ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA
16- RELIGIÕES E SEITAS
17- ESCATOLOGIA
18- JOYCE MEYER

VÍDEOS

1- FAMILIA

2- HOMILÉTICA

3- PSICOLOGIA PASTORAL

4- APOLOGÉTICA

5- HERMENÊUTICA

6- EVANGELIZAÇÃO

7- EBD

8- METODOLOGIA DE PESQUISA CIENTÍFICA

9- PREGAÇÕES

12- INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO

13- INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO

14- PARACLETOLOGIA

15- ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA


17- ESCATOLOGIA

segunda-feira, 27 de maio de 2013

VESTIBULAR EM AÇÃO ( EM CONSTANTE CONTRUÇÃO DO SABER )

VESTIBULAR EM AÇÃO
          
1º DIA=> Ciências Humanas e suas Tecnologias+Ciências da Natureza e suas Tecnologias=> 4:30h 
2º DIA=> Linguagens, Códigos e suas Tecnologias + Redação+Matemática e suas Tecnologias=> 5:30h

I- CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
1- HISTÓRIA
2-GEOGRAFIA
3- FILOSOFIA
4- SOCIOLOGIA

II- CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
1- QUÍMICA
2- FÍSICA
3- BIOLOGIA

III- LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
1- PORTUGUÊS
2- LITERATURA
3- ESPANHOL
4- ARTES
5- EDUCAÇÃO FÍSICA
6- TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

IV- REDAÇÃO

V- MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS



VÍDEOS

I- CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

1- HISTÓRIA
História Geral 34. Revolução Russa de 19177
História Geral 35. Crise de 1929

2-GEOGRAFIA
Geografia - Aula 01 - Orientação e Cartografia

3- FILOSOFIA
Dicas Enem - Filosofia e Sociologia Enem 2012

4- SOCIOLOGIA
História, Sociologia e Geografia (Eureka 2013)


II- CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS

1- QUÍMICA
Análise imediata - parte 1 de 2

2- FÍSICA
Física Aula 1 ENEM 2012 Tipos de Energia
Ondulatória e óptica

3- BIOLOGIA
Aula 33 - Biologia + Química


III- LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

1- PORTUGUÊS
Aulões - Enem 2012 Português - Gêneros Textuais
Português Ensino Médio 01. Remetente e destinatário
Português Ensino Médio 21. Funções da linguagem
Português Ensino Médio 22. Como determinar o sujeito de uma oração

2- LITERATURA

3- ESPANHOL
Aulas para ajudar no ENEM, Espanhol aula 1 - Articulo - parte 1 de 2
Aulas para ajudar no ENEM, Espanhol aula 1 - Articulo - parte 2 de 2

4- ARTES

5- EDUCAÇÃO FÍSICA

6- TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

IV- REDAÇÃO

V- MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
Aulas para ajudar no ENEM, Matemática aula 1 - Sequência e sucessôes - Parte 1/2
Aulas para ajudar no ENEM, Matemática aula 1 - Sequência e sucessôes - Parte 2/2
Aulas para ajudar no ENEM, Matemática aula 2 - Progressão Geométrica - parte 1 de 2
Aulas para ajudar no ENEM, Matemática aula 3 - Funções - parte 1 de 2
Aulas para ajudar no ENEM, Matemática aula 3 - Funções - parte 2 de 2


CUIDADO COM O ÔNIBUS LOTADO... SE ABUSADA (O), VAMOS DENUNCIAR!

Abuso sexual no transporte coletivo: o que fazer?
Mulheres vítimas de assédio no metrô e em trens têm vergonha de denunciar.
 
Foto: Banco de Imagem

          O Estado de São Paulo registrou, só no mês de setembro deste ano, 95 casos de violência sexual contra mulheres. O número foi divulgado pelo site da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e abrange todos os tipos de estupro e outros crimes contra a dignidade sexual. Indagadas sobre a situação, algumas mulheres entrevistadas – que, em alguns casos, preferiram não se identificar – revelaram que esse número seria muito maior se alguns outros fatores fossem levados em consideração: o assédio sexual no transporte coletivo.

          O abuso sexual acontece diariamente no transporte público; o problema, porém, é que não há denúncia – e as próprias entrevistadas assumem isso. Segundo um dos encarregados das estações da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que não quis se identificar, “faz tanto tempo que não se ouve falar disso que parece que não acontece mais”. Quando informado sobre alguns casos apurados entre as entrevistadas, o encarregado disse saber que esse tipo de coisa acontece e explica que “lamentavelmente, quem sofre não denuncia”.

          A omissão das vítimas acontece, quase sempre, pelos mesmos motivos: medo, vergonha ou sentimento de culpa. Quanto a isso, o encarregado da CPTM afirma: “Por mais que a mulher se sinta constrangida, ela precisa denunciar. Hoje temos câmeras nos novos trens e a indicação do infrator pode impedir que ele faça outra vítima”. A psicanalista Henais Deslandes explica os motivos pelos quais algumas mulheres não denunciam os casos: “De um modo geral, essas mulheres, mesmo estando com medo, se sentem culpadas pela passividade da situação. Sempre acham que poderiam ter evitado e sentem vergonha”.

          A professora Bruna P., de 26 anos, conta que um dia, na Linha 3  Vermelha do Metrô, por volta das 18h, um homem colocou para fora o órgão genital e o pressionou contra a barriga dela. Quando Bruna se deu conta, ficou "transtornada”. “A situação me fez mudar de emprego e pegar aquele trem mais cedo”. Do mesmo mal sofreu a assistente administrativa Laura P., de 28 anos. “Eu peguei no sono certa vez e, quando acordei, percebi que tinha um homem colocando seu órgão genital na minha mão, por uma abertura entre a jaqueta e a calça”, conta. Em outro caso, uma entrevistada que não quis se identificar relatou que, certa vez, um homem se sentou ao lado dela no Metrô e, enquanto tentava “esfregar” sua perna na dela, se masturbava por baixo da mochila que colocou no colo.


Foto: Banco de Imagem

          Sobre essas atitudes, o psicanalista Sergio Zlotnic explica que há também uma sensação impotência ligada ao abusador. "Em alguns casos, eles só conseguem se excitar em relações não consentidas”. O psicanalista também lembra o que todos sempre dizem: “Quem abusa já foi abusado. O ato em si é perverso, mas não se pode afirmar que todos os abusadores o são”. Quando se fala do abusado, o cuidado deve ser dobrado. “Um simples pedido de ‘respeite meu espaço pessoal, por favor’ poderia eliminar muitos desses traumas. Há vezes em que o abuso é uma fantasia, uma projeção de quem se sente vítima”. Zlotnic afirma que, em certos casos, a abusada pode acabar sentindo prazer em algum momento, se culpar por isso, ficar envergonhada e não procurar ajuda.

           O que a pessoa que se sente abusada pode fazer? O Soldado Sales, do 14º Batalhão da Polícia Militar do Estado de São Paulo, responde: “É indicado que a pessoa se muna de toda informação que puder e entre em contato com a segurança, no caso do Metrô e CPTM, ou com a própria Polícia Militar, quando estiver em trânsito dentro de algum ônibus”. Segundo o policial, informações das características do abusador – onde ele eventualmente tenha deixado o transporte, linha, número do carro e destino – são essenciais para que as devidas medidas sejam tomadas. “Já presenciei casos em que, ao fim da situação, a mulher não quis prosseguir com a queixa. Em outro, mesmo com a presença de um policial fardado, o abusador não se acanhou”. Para denúncias, as pessoas sempre podem contar com as Delegacias de Defesa da Mulher.

MARCADORES COM CLASSIFICAÇÃO DAS POSTAGENS MAIS ACESSADAS

ASSUNTOS EM PAUTA (261) PSICANÁLISE (94) SACRAMENTO UTILIDADE PÚBLICA (88) CRISTIANISMO EM AÇÃO (78) REFLEXÃO (59) SAÚDE (56) INFORMAÇÃO GERAL E CONCURSO (39) CURSO DE CAPACITAÇÃO DE OBREIROS DE SACRAMENTO (17) DEPENDÊNCIA QUÍMICA (11) AGENDA (9) SAÚDE MENTAL (9) JESUS (8) PSICOLOGIA PASTORAL (8) TERAPIA OCUPACIONAL (8) TRATAMENTO (8) RELAÇÕES FAMILIARES (7) ASSISTÊNCIA SOCIAL (6) SALVAÇÃO (6) ANSIEDADE (5) RELACIONAMENTO (5) CÉU (4) DISSERTAÇÃO (4) MEC (4) TRANSTORNO (4) ANOREXIA (3) BIOGRAFIA (3) CORREÇÃO (3) DIABETES (3) DIETA (3) DINHEIRO (3) SOCIOLOGIA (3) UNIVERSITÁRIA (3) ALCOOLISMO (2) BEBÊ (2) CID-10 (2) CIÚMES (2) DEPRESSÃO (2) DOUTORADO (2) ENADE (2) ENEM (2) ESTRESSE (2) FILOSOFIA (2) FOBIA SOCIAL (2) FREUD (2) FUTEBOL (2) IBRAPCHS (2) IFRJ (2) INSEGURANÇA (2) MACONHA (2) MEDO (2) MESTRADO (2) MONOGRAFIA (2) PESQUISA CIENTÍFICA (2) POLÍCIA (2) POLÍTICA (2) PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU (2) TRAIÇÃO (2) ALIANÇA TERAPÊUTICA (1) ARRISCAR (1) CARRO (1) CBP (1) COMPETÊNCIA (1) COMPLEXO DE ÉDIPO (1) CONTRATRANSFERÊNCIA (1) CONTRIBUINTE (1) CÂIMBRA (1) CÂMARA MUNICIPAL (1) DNA (1) EFRAIN (1) EMPRESA (1) ENQUETE (1) ENTREVISTA (1) FACULDADE (1) FATEF (1) FERRO (1) FIOCRUZ (1) FOBIA (1) GOZO (1) GRAVIDEZ (1) IBPC (1) INEP (1) INFLAMAÇÃO (1) INSPIRAÇÃO E CITAÇÃO (1) INSULINA (1) JOSUÉ (1) JOÃO BATISTA (1) LATO SENSU (1) LUTO (1) MAQUIAVEL (1) MEMBROS INFERIORES (1) MEMÓRIA (1) NEOPLASIA (1) NEUROPATIA (1) NICODERMOS (1) NOTA FISCAL (1) OPORTUNISTA (1) PARALISIA (1) PRÓTESE (1) PULSIONAL (1) QUEM SOU EU? (1) RADICAIS LIVRES (1) REDAÇÃO (1) REPROVAÇÃO (1) RH (1) SBPI (1) SBPRJ (1) SEROTONINA (1) SINTE (1) SONHOS (1) SONO (1) SPOB (1) SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR (1) SÍMBOLO (1) TAS (1) TESE (1) TRANSFERÊNCIA (1) TUMOR (1) UFF (1) VASCULOPATIA (1) VEREADOR (1) ZACARIAS (1) ZINCO (1) ZOROBABEL (1) ÓRTESE (1)