ASPECTOS
TÉCNICOS E ESPIRITUAIS DA MENTIRA
porque somos membros uns dos outros.”
Ef 4:25
Mentir,
falsear, diz respeito a um mecanismo psíquico contra a dor da verdade. Desde
pequena a criança inventa, imagina e transforma os fatos reais, não tem ainda
condições de suportar as coisas como elas são. Os pais são heróis, vida é
eterna, a condição humana é isenta de qualquer aspecto que mostre limitação, impotência, falibilidade e
mortalidade. Essa ilusão, essa primeira mentira, sem dúvida é necessária
para que o infante possa suportar sua condição precária como ser humano. À
medida que cresce e se desenvolve, a pessoa por força da realidade passa a
suportar a “desilusão necessária”, ou intensifica suas “mentiras”, e com isso
corre risco de viver uma vida de “mitômano” ou delirante, psicótico franco.
É
óbvio que a verdade, tanto dos fatos reais quanto da própria realidade
psíquica, é uma experiência muito dolorosa. Fala-se muito de idealização, viver
um mundo de ilusões, de fantasias, enfim, construir um mundo pessoal no qual
não se tenha que enfrentar as verdades dolorosas. A mente humana luta ou foge
de tudo que seja desprazer, desconforto, angústia, desagrado, decepção,
desapontamento e dor psíquica. Entretanto, a experiência da
vida mostra sempre a existência de “pares opostos”, inevitáveis, implícitos:
amor-ódio, prazer-desprazer, vida-morte, ganho-perda etc. Mentir é um recurso
para negar essas dualidades, em busca de viver
a completude, o “mito do paraíso”.
As
pesquisas psicanalíticas mostram como é importante uma pessoa ter em sua
infância, “objetos de identificação”, ou seja, referências quais se desenvolve
a noção de Identidade. Quando os pais ou aqueles que têm a função materna e
paterna falham, criam para a criança uma confusão mental e uma impossibilidade
de ter a própria identidade. Hoje se sabe que os “distúrbios pré-psicóticos e
psicóticos” nascem dessas falhas. A vida começa na necessidade ter – espelhos –
na pessoa da mãe e do pai.
SUA FUNÇÃO
A mentira usada politicamente tem uma trajetória tão longa quanto a história da pólis no contexto de suas intrincadas relações. Tais interações implicam sempre a presença do elemento psicológico na arquitetura do Estado e, portanto, caracterizam a inseparabilidade, nessa organização social, dos fenômenos subjetivos que integram sua composição.
HÁ banalização da mentira como uma das
perversões da sociedade contemporânea e sua internalização como destrutividade
psíquica.
A
mentira constitui um dos principais atributos das relações sociais,
instituindo-se como valor eticamente perverso e destrutivo em todos os níveis
da vida dos homens.
O QUE A BÍBLIA DIZ
Ef 4:25=> Pelo que, deixai a mentira, e falai a verdade, cada um com o seu
próximo; porque somos membros uns dos outros.
CL 3:910=> E vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou;
Pv 12:22=> Os lábios mentirosos são abomináveis ao
Senhor, mas os que obram fielmente são o seu deleite.
Sl 101:7=> O que usa de engano não ficará dentro da
minha casa: o que profere mentiras não estará firme perante os meus olhos.
Ap
21:8=> Mas, quanto aos tímidos, e aos descrentes, e aos
abomináveis, e aos homicidas, e aos devassos, e aos feiticeiros, e aos
idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo
e enxofre; o que é a segunda morte.
Tg
3:13=> Quem de entre vós é sábio e entendido? Mostre, pelo
seu bom trato, as suas obras, em mansidão de sabedoria.
Tg 3:14=>Mas, se tendes amarga inveja, e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade.
BIBLIOGRAFIA
1- A Mentira e a
Verdade - Jorge Bastos Moreno: O Globo
2- Freud Explica: O
MENTIROSO E O CÍNICO
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