Crescente Fértil
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Mapa mostrando a área do Crescente Fértil.
O Crescente Fértil é uma região compreendendo os atuais Israel, Jordânia e Líbano bem como partes da Jordânia, da Síria, do Iraque, do Egito, do sudeste da Turquia e sudoeste do Irã. O termo « Crescente Fértil » foi criado por um arqueólogo, da Universidade de Chicago, em referência ao fato de o arco formado pelas diferentes zonas assemelhar-se a uma Lua crescente.
Irrigada pelo Jordão, pelo Eufrates, pelo Tigre e pelo Nilo, a região cobre uma superfície de cerca de
400 000 a 500 000 km² e é povoada por 40 a 50 milhões de indivíduos.
Ela estende-se das planícies aluviais do Nilo, continuando pela margem leste do
Mediterrâneo, em torno do norte do deserto sírio
e através da Península Arábica
e da Mesopotâmia, até o Golfo Pérsico.
A zona oeste em torno do Jordão e da parte superior do Eufrates viu
nascerem os primeiros assentamentos agrários conhecidos, há 11 000 anos.
Os assentamentos mais antigos conhecidos atualmente localizam-se em Iraq ed-Dubb
(Jordânia) e Tell Aswad
(Síria), seguidos de perto por Jericó. As mais antigas cidades, estados e escritos de que se tem notícia apareceram mais
tarde na Mesopotâmia. Essas descobertas permitiram apelidar a região de
"Berço da Civilização. Foi recebido esse nome pelo fato de que na região a
forma era de lua Crescente, e que quando os rios transbordavam fertilizava a
terra. ".
Historia
A história começa no Crescente Fértil, com a invenção de um tipo muito
especial de agricultura, que permitiu
ao Homem se estabelecer num lugar, deixando de ser nômade, e avançar sua tecnologia; inventar a linguagem escrita, progredir suas técnicas
comerciais e prosperar materialmente. Esta agricultura representa o começo da
nossa história porque ela permitiu que controlássemos nossa provisão de comida.
Graças a esse tipo de agricultura, estamos livres do ciclo natural de provisão
de comida que todos os outros animais seguem. A quantidade de comida disponível
agora depende do nosso esforço, e não mais da provisão natural do meio
ambiente.
A agricultura surgiu no Crescente Fértil e marca o início da nossa
história. Com certeza não foi um acontecimento que atingiu todos os seres
humanos ao mesmo tempo: ela se iniciou num grupo específico de seres humanos em
meio a evolução, e depois se espalhou pelo mundo. Mas provavelmente os
primeiros agricultores não disseram “Vamos espalhar esta agricultura pelo
mundo!”. Provavelmente ela se espalhou por uma necessidade especial própria. Na
nossa agricultura, o aumento da população pede que a quantidade de terra
cultivada também cresça, porque acreditamos que devemos suprir a população
evitando a fome de todos.
O Crescente Fértil e uma faixa não muito grande de terra fértil, e
outros povos vivam lá, povos que ainda eram nômades, como os criadores de
animais. É razoável imaginar que os agricultores, com o passar do tempo,
precisavam de mais terra para plantar, pois eles estavam livres do ciclo
natural de provisão de comida, e sua população começou a crescer
aceleradamente. E também é razoável imaginar que eles não podiam deixar os
outros povos nômades entrarem nas suas terras e comerem o fruto do seu trabalho
duro. Não é errado dizer que a vontade de expansão territorial de muitos povos começou
com o desenvolvimento da agricultura.
Se partirmos do Golfo Pérsico e
traçarmos uma meia-lua, passando pelas nascentes dos rios Tigre e Eufrates, colocando a outra ponta na foz do Nilo,
no Egito, teremos uma região bastante fértil, onde se desenrolaram os
acontecimentos narrados na Bíblia. É a chamada
"Crescente Fértil", dentro do qual está também a Palestina.
Esta faixa de terra é regada por importantes rios, que condicionavam a
vida do oriental antigo. Foram os rios que determinaram o estabelecimento da
agricultura, da sedentarização e das rotas comerciais por onde passavam as caravanas
que iam desde a Mesopotâmia até o Egito
ou a Arábia. Esses rios era muito bem utilizados pelos
mesopotamicos na época das cheias, pois eles utilizavam a água para a
agricultura, irrigar a terra e evitar os períodos de fome tao longos naquela
época.
Mas, o que estava se espalhando não era simplesmente uma técnica do
cultivo da terra, era também um modo de vida único. O modo de vida que a
agricultura expansiva exige é extremamente trabalhoso e necessita de
organização complexa e divisão de trabalho, por isso ele gera idéias culturais
que valorizam o trabalho, a eficiência, o desenvolvimento científico, o
progresso tecnológico, o status social, o crescimento acelerado da produção e
do lucro. Cada tribo tem um modo de vida único, que não serve para outra tribo,
porque foi resultado de milhares de anos de tentativa e erro num grupo
específico de pessoas. Por exemplo, nem em todos os grupos eram os homens que
caçavam. O nosso modo de vida, ao contrário, é considerado universal. Durante a
maior parte do tempo, acreditamos que todas as pessoas do mundo deviam viver
deste modo, e que qualquer outro modo era de certa forma “errado”.
Mas com a “bênção” do crescente fértil também vinha a praga.
As cheias traziam muitos peixes mortos que fertilizavam
a terra e como já citado ajudavam a plantação. Porém, nessas cheias não vinham
apenas os peixes mortos, mas também os predadores (os crocodilos), que atacavam as pessoas. E também
tinha outro problema, de que quando as cheias acabavam o solo ficava seco e
muito difícil de plantar. Daí só com a tecnologia puderam desenvolver métodos
para acabar com isso, fazendo canais para que a água irrigasse um maior número
de plantações, e também fazendo enormes reservatórios de água para durar o ano
inteiro até a outra cheia chegar. Assim a Mesopotâmia foi se desenvolvendo e
crescendo.
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