A cena construída pelo analista não é recordada pelo paciente, mas advém a crença na verdade da sua existência. Freud (1937) espanta-se com tal situação, por entender que apenas trazendo para o consciente o inconsciente é possível chegar a uma “cura” da neurose. Há um interesse em explicar os efeitos produzidos pela construção na vida do analisando, apesar dele não conseguir lembrar a cena construída.
O caso segue com uma discussão, em dois tempos, sobre a realidade da cena primária, cena construída em análise. Trata-se de refletir sobre as duas vertentes dentro do movimento psicanalítico: uma, a de Freud (1918), crente na realidade da cena primária construída, e outra, que a considera uma produção imaginária regressiva dos pacientes. Embora destacando que nada se altera no tratamento, caso seja correta uma ou outra vertente, os fatos, porém, parecem reforçar a segunda vertente, pois “essas cenas da infância não são reproduzidas durante o tratamento como lembranças, são produtos de construção”.
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